Dia da Cachaça: como saborear a bebida símbolo do Brasil

Água Doce desvenda curiosidades e harmonização e especialista na aguardente, o fundador da Água Doce, Delfino Golfeto

A cachaça é uma bebida nobre, que agrada a diversas camadas sociais. Vendida em doses, em bares na periferia ou em restaurantes mais requintados, além das cachaçarias, o destilado é o protagonista, na Água Doce Sabores do Brasil, com uma carta com mais de 60 marcas e rótulos selecionados, que o cliente pode adquirir por dose ou em drinks.

Em homenagem à data, Delfino Golfeto, especialista, cachacier e sommelier de cachaças desvenda curiosidades da bebida. Vamos a elas?

Cachaça não é pinga
É errado pensar que cachaça é pinga e essa confusão é muito comum. A diferença entre as bebidas é a origem de fabricação. Enquanto a cachaça vem do alambique, a pinga vem do colunão, uma coluna de destilarias, que fabricam de mil a 5 mil litros do destilado por hora.

Com o passar dos anos dos anos a cachaça sofreu mudança de nome e ficou conhecida por aguardente de qualidade, pois passa por diversos processos, desde o plantio da cana-de-açúcar até seu envelhecimento.

Como beber cachaça
Tente ver a transparência, a pureza e a oleosidade da cachaça ao movê-la em um copo ou em uma taça translúcida. Nas verdadeiras cachaças, envelhecidas em tonéis de madeira, as lágrimas da bebida descerão no copo, mostrando o quão encorpada ela é.

Em seguida, para beber o destilado é importante sentir seu gosto e seu cheiro, deixando-a por vinte segundos na boca para sentir seu sabor nas partes palatáveis, balançando e trabalhando a bebida nestes locais sensíveis.

“Normalmente, a cachaça possui um teor alcoólico mais elevado, dando a sensação que esquenta ao tomá-la. Sempre brinco que a bebida tem que esquentar e não arranhar. Cachaça boa não tem disso. Já o segundo golinho fica melhor para apreciação. Para identificar uma boa cachaça, deve mastigar o cheiro ou o líquido. É dessa forma que se aprende o que é uma cachaça de bálsamo, de carvalho e amburana” – revela Delfino.

Harmonização
Pratos com acento tropeiro como linguiças, torresmos, carnes suínas e tutu de feijão se encaixam perfeitamente com uma boa cachaça. Para isso, existem dois tipos básicos de harmonização: por semelhança – com uma cachaça suave com pratos leves como isca de tilápia ou bolinho de bacalhau – ou por contraposição – apostando no contraste, ou seja, uma cachaça mais encorpada com pratos como torresmo, carnes vermelhas, queijo parmesão, entre outros.

Para que a bebida possa valorizar a comida, é preciso levar em consideração o teor alcoólico, o índice de acidez, os sabores, o aroma e o tipo de envelhecimento, que no caso são as que não passam pelo processo, no caso das cachaças neutras, apresentam aspecto cristalino e são indicadas para acompanhar tilápia com molho de camarão, bolinho de bacalhau, camarão crocante, entre outros pratos com frutos do mar e peixes. 

Já as que passam pelo envelhecimento em tonéis de madeira, é necessário uma avaliação do tipo de madeira utilizada para a escolha do prato. As cachaças envelhecidas no Bálsamo, combinam com filé-mignon com gorgonzola, picadinho de carne e picanha na chapa. A Amburana pode ser perfeita quando a opção é um bolinho de carne de sol, bolinho de mandioca recheado, chapa mista com picanha, linguiça e filé de frango e, por incrível que pareça, até mesmo com sobremesas. O Carvalho, por sua vez, pode ser harmonizado com pratos como escondidinho, costelinha suína, torresmo e carne de sol.

E você gosta de cachaça? O que achou das curiosidades e das dicas de harmonização? Deixe seu comentário…